tag:blogger.com,1999:blog-20487469291754928932024-03-06T06:46:43.604+00:00Terceiro Take: Clássicosa 7ª arte revistaAndré Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-2048746929175492893.post-86891681235463363062013-11-21T21:12:00.000+00:002013-11-21T21:12:23.719+00:00Filme: 2001: Odisseia no Espaço (1968)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0-HZHfzenweP17udLE5GHDjmqlWUMp3t8uFHxZlDAj0zHaiQqXg1hMrk3N4FG2I9drCkVn096mB4XyJdam51Zqrolvkmr6SViHmCqKYTG9_ibJf3_SV-tQUNERpobwsH6zR_p9aF_diM/s1600/odisseia.png" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0-HZHfzenweP17udLE5GHDjmqlWUMp3t8uFHxZlDAj0zHaiQqXg1hMrk3N4FG2I9drCkVn096mB4XyJdam51Zqrolvkmr6SViHmCqKYTG9_ibJf3_SV-tQUNERpobwsH6zR_p9aF_diM/s320/odisseia.png" width="224" /></a><b><i>2001:
Odisseia no Espaço</i>, a discutível obra de referência de Stanley Kubrick, é
um marco da ficção científica e uma absoluta expressão do valor de fundamentais
temáticas no grande ecrã. Uma obra-prima para todos os tempos. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Nos princípios da civilização humana, um
estranho monólito entra em contacto com o primata, impulsionando a evolução
humana. No seu auge e no da exploração espacial, o Homem, na pele de David
Bowman (Keir Dullea), volta a reencontrar-se com este misterioso objecto, com
resultados imprevisíveis. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Adaptado e
realizado por Stanley Kubrick do clássico homónimo de Arthur C. Clarke, <i>2001: Odisseia no Espaço</i> marca um ponto
de viragem na sétima arte: o nascimento da ficção científica como uma força a
ter em conta no cinema. Desde o seu lançamento,<i> 2001: Odisseia no Espaço</i> tem inspirado de forma incontestável todo
o longo caminho percorrido no género cinematográfico, de <i>Guerra das Estrelas</i> a <i>Gravidade</i>.
Enquanto impulsionador da ficção científica no grande ecrã, <i>2001: Odisseia no Espaço</i> agrega
temáticas incontornáveis que ainda hoje não encontram paralelo, questões da
maior pertinência que obrigam a uma reflexão profunda e preocupada sobre a
própria existência humana.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Dividida em
quatro partes, a narrativa proposta por Arthur C. Clarke, com as devidas transformações
de Stanley Kubrick, viaja dos primórdios ao auge da existência da Humanidade. A
famosa transição de um osso lançado por um primata – compreendendo por fim o
seu lugar privilegiado na Natureza - para um vaivém na órbita da Terra
constitui a grande manifestação desta viagem, um momento visualmente fugaz que
incorpora todo o caminho evolutivo realizado pelo Homem. Mas <i>2001: Odisseia no Espaço</i> não se reduz a
apresentar este caminho; em vez disso, introduz um conceito sugestivamente
polémico que propõe um gatilho extraterrestre para toda a evolução que a
instantânea transição de o osso para o vaivém traduz. Esta proposta alienígena,
na qual o misterioso monólito constitui o <i>missing
link</i> para o primeiro salto evolutivo do Homem, é, no mínimo,
desconcertante; a forma artística e enigmática como é introduzida por Stanley
Kubrick, sob a icónica e épica música e o <i>setting</i>
inquietante, não defrauda. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O segundo
contacto com o misterioso monólito ocorre na Lua, na segunda parte da
narrativa, ocorrendo no mesmo desconcertante feitio. Deste re-contacto sobrevém
uma missão a Júpiter no intuito de determinar a origem da forma extraterrestre.
Aqui, é introduzido ao espectador HAL 9000, um supercomputador pautado por
inteligência artificial que é responsável por toda a gestão da nave espacial.
HAL, um reduzido ponto vermelho personalizado, omnipresente e omnisciente,
representa o desígnio da evolução humana, o auge da evolução tecnológica que se
sucede à evolução biológica. Para todos os efeitos, HAL é produto final da
evolução inicialmente propagada pelo monólito. Todavia, HAL, que se considera
infalível e incapaz de errar, não é perfeito nem dissociável da sua própria
vontade; a sua capacidade de mímica leva-o a incorporar defeitos humanos e, no
turbilhão de sentimentos, a tornar-se vingativo e calculista. HAL incorpora,
quiçá, o melhor e pior da Humanidade e, da mesma maneira, o seu igual natural
destino. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
HAL coloca em
risco a missão a Júpiter. A força maior da Humanidade, no contacto com a sua
energia primordial, transforma-se na sua pior fraqueza. Não admira pois que
quando David, o único sobrevivente, estabelece o terceiro contacto com o
monólito ocorra o derradeiro efeito desta misteriosa entidade sobre a
Humanidade, aparentemente provocando um renascimento que corrige os erros
acumulados. David experiencia uma jornada sensorial renovadora e desta resulta
o <i>Star-Child</i>, a salvação e a nova
oportunidade da Humanidade para se transcender.
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Stanley
Kubrick filma <i>2001: Odisseia no Espaço</i>
de modo incrível e brilhante, com ângulos e planos louvavelmente alcançados,
respeitando a ciência envolvida até ao mais ínfimo detalhe. Sem nunca perder
noção da experiência cinematográfica, a sua realização é segura e ciente da
panóplia de temáticas envolvidas; mesmo que pareça perder-se em contemplações,
Stanley Kubrick mostra perfeita noção da percepção visual e sensorial que
pretende transmitir. Tal como numa odisseia, leva o tempo necessário para
chegar aonde pretende chegar, mesmo que isso implique abdicar por longos
minutos de qualquer diálogo ou escusar-se a partilhar algo mais do que a sensação
psicadélica e desconfortável da transformação de David. O trabalho inovador de
Stanley Kubrick constitui uma escola para eras futuras. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>2001: Odisseia no Espaço</i> é uma obra de
referência na sétima arte, de visualização compulsiva, cujas temáticas nunca se
esgotam, susceptíveis de originar diferentes interpretações a cada nova
visualização. <i>2001: Odisseia no Espaço</i>
apresenta um carácter visionário incontornável. Muita da tecnologia proposta, à
altura num estilo utópico, é hoje realidade. O tempo dirá sobre a total
capacidade de presságio de <i>2001: Odisseia
no Espaço</i>. Certo mesmo é que esta obra nunca perderá o seu encanto e a sua
relevância no meio que ela mesma impulsionou. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: Obra-prima</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0062622/</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Trailer:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/7E9CD3Hucws?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2048746929175492893.post-19042861887452422762013-09-22T13:50:00.001+01:002013-09-22T13:50:37.034+01:00Filme: Casablanca (1942)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwwtt8pArFpfaFS11mctg9mrVHNFfYlXLyuWTYxlU0maSAPmz7JMEf_AJpOoufLoOMqJjHgsubq66JWZBqMb7qdBrtYXw220eWc71QABuovnAt07kiDrss5Rjc7BqT_t7bEKOhrQwg_6k/s1600/Casablanca.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwwtt8pArFpfaFS11mctg9mrVHNFfYlXLyuWTYxlU0maSAPmz7JMEf_AJpOoufLoOMqJjHgsubq66JWZBqMb7qdBrtYXw220eWc71QABuovnAt07kiDrss5Rjc7BqT_t7bEKOhrQwg_6k/s320/Casablanca.jpg" width="216" /></a><b><i>Casablanca</i>
é um clássico extraordinário que se prova notavelmente equilibrado em todas as
suas características. É uma história magnífica de paixões e perseveranças e de
personagens intemporais que, com todas as palavras icónicas e com a amplitude
de falhas e virtudes, tocam profundamente.
<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Na 2ª Guerra Mundial, no auge do domínio germânico,
Casablanca, em Marrocos, é um ponto de passagem obrigatória para os refugiados
que pretendem alcançar as margens americanas através das ligações com Lisboa.
Ali, Rick Blaine (Humphrey Bogart), um americano, possui um estabelecimento por
onde todos passam. Um dia, Victor Laszlo (Paul Henreid), um revolucionário
checo que se opõe ao regime nazi, chega a Casablanca com a sua mulher Ilsa Lund
(Ingrid Bergman) à procura da rota para a América. Desconhecido de Laszlo, Ilsa
e Rick partilham uma história passada que pode afectar as suas pretensões. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Provavelmente
não existe nenhuma fórmula balanceada no cinema; não existe nenhuma
concentração ideal de romance, drama e humor. Mas, a existir, <i>Casablanca</i> é a grande e mais perfeita
expressão desta soberba e sublime combinação. <i>Casablanca</i> faz apaixonar, faz sentir e faz sorrir; um verdadeiro
triunfo e um maravilhoso subterfúgio consumado numa época cinzenta e funesta. <i>Casablanca</i>, que parece tematicamente
imparcial à superfície, é uma obra intrinsecamente patriótica, patriótica pelo
mundo, pelos valores da igualdade, da liberdade e da fraternidade.
Adequadamente, Rick, o protagonista desta intemporal narrativa, interpretado
com classe por Humphrey Bogart, é alguém aparentemente neutro, desinteressado e
emocionalmente vazio; todavia, alguém que, debaixo desta máscara de salvadoras
falsidades, resguarda uma moral imensa e comprometida na integridade. Rick é o
verdadeiro benfeitor resignado, alguém que julga agir pela circunstância,
negando e jamais atribuindo mérito ao seu natural decoro. Humphrey Bogart dá
uma lição de representação e cria um Rick para todos os tempos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O primeiro
acto de bondade de Rick acontece quando <i>Casablanca</i>
nos introduz o <i>Rick's Café Américain</i>,
um estabelecimento de folia e de jogos de sorte e azar que sobrevive graças à
capacidade de Rick para subverter a autoridade local e manter a neutralidade.
No clima de incerteza, o <i>Rick’s </i>é um
refúgio cultural e social para acomodados e refugiados, uma porta de acesso à
época pré-guerra. Quando Laszlo e Isla entram pelo <i>Rick’s</i> adentro, a sensação de imersão temporal atinge o seu auge.
Isla sente-se inundada por uma tranquilidade inesperada, por um estado de
espírito que não sentia desde que a guerra a tinha alcançado. O realizador Michael
Curtiz captura este momento com admiração, focando a sua câmara no olhar
surpreendido da bela Isla, cuja, sem imediatamente se aperceber, reconhece logo
a distintiva de Rick, a sua paixão dos tempos de Paris. Ingrid Bergman é aqui,
e por aqui adiante, deslumbrante e vibrante. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O primeiro
contacto de Rick com Isla, ao som de <i>As
Time Goes By</i>, deixa uma primeira explicação para o rancor e para a
indisposição que Rick ostenta desde que nos é apresentado. As razões são
apropriadamente explicadas mais tarde com recurso a um bonito <i>flashback</i> de Paris quando Rick,
navegando nas memórias do seu romance com Isla, é avassalado por uma imensidão
de sentimentos que tão bem tinha antes acorrentado. Rick tem a hipótese de
retomar o seu romance com Isla; contudo, compreendendo a história de Isla com
Laszlo, e o papel deste na guerra, Rick toma a difícil e acertada decisão de
fazer o mais digno. Isla parte com Laszlo e Rick, sacrificando a sua paixão,
age em concordância com o seu patriotismo, revelando-se o tal benfeitor resignado.
Simultaneamente, Rick estabelece uma forte amizade com o Capitão Louis, outro
benfeitor que, não sendo resignado como ele, mas mostrando-se analogamente
neutro e astuto, age igualmente pela sombra no interesse da integridade,
sacrificando o seu interesse pessoal. Louis oferece muito do humor de <i>Casablanca</i>, mas é, discutivelmente, a
personagem mais inteligente; Claude Rains estabelece perfeitamente as duas
camadas da sua personagem, tornando um provável mau da fita numa personagem que
interessa e merece afeição. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Casablanca</i> é tanto sobre sacrifício
pessoal como sobre a necessidade humana de relacionamento, manifestadas de modo
preludiar na composição lírica <i>As Time
Goes By</i>, um aviso melódico para os protagonistas e para o espectador. Ambos
carregam-se de argumentos até ao desfecho catártico de <i>Casablanca</i> e no fim, sem vencedor nem vencido, subjaz a noção de
que o que é passageiro pode durar para sempre; Paris ficará para sempre. <i>Casablanca</i> também ficará para sempre. O
drama, retocado com romance e humor, enche de esperança. Tal como o <i>Rick’s</i> é um subterfúgio para aqueles
refugiados de guerra, <i>Casablanca</i> é um
subterfúgio para refugiados das problemáticas diárias, uma porta dourada para o
romantismo intemporal, uma acção de purificação que nunca se esgota. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Casablanca</i> é, indubitavelmente, uma das
melhores obras a consagrar o grande ecrã. Considere-se a época de ambiguidade
em que tal proeza foi construída, o mérito de <i>Casablanca</i> resulta acrescido. De considerar ainda que, a par do
alinhamento narrativo, o aspecto técnico é de muita qualidade e de uma beleza
cinematográfica perfeita. O <i>mise-en-scène</i>
é elegante e acrescenta outra camada dramática à narrativa; é exemplo a cena em
que Rick lamenta a vinda de Ilsa e se recorda do seu passado: aqui, a
encenação, com o seu jogo de câmaras, luz (reproduzindo um farol distante) e
sombra, fomenta o estado taciturno e desesperançado de Rick. As justaposições
entre cenários reais e projecções, para a grau de tecnologia da época, são
fantásticas. Como uma cereja no topo do bolo, a banda sonora de Max Steiner, no
seu teor épico e romântico, presenteia o toque de classe final. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Casablanca</i> é de visualização necessária;
se não pelo seu valor técnico, pelo seu valor pedagógico. Muito se tem tentado
reproduzir a fórmula de <i>Casablanca</i> ao
longo dos anos; mas esta, tal como receitas secretas, artes esquecidas e
engenhos perdidos, é praticamente inimitável. É única. É perfeita. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: Obra-prima</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt0034583/">http://www.imdb.com/title/tt0034583/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="text-indent: 35.4pt;">Trailer:</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<object width="320" height="266" class="BLOGGER-youtube-video" classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" codebase="http://download.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=6,0,40,0" data-thumbnail-src="http://img.youtube.com/vi/EJvlGh_FgcI/0.jpg"><param name="movie" value="http://youtube.googleapis.com/v/EJvlGh_FgcI&source=uds" /><param name="bgcolor" value="#FFFFFF" /><param name="allowFullScreen" value="true" /><embed width="320" height="266" src="http://youtube.googleapis.com/v/EJvlGh_FgcI&source=uds" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true"></embed></object></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="text-indent: 35.4pt;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p></o:p></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2048746929175492893.post-85824394006592394372013-09-01T20:25:00.001+01:002013-09-01T20:25:55.328+01:00Filme: O Feitiço do Tempo (1993)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhV3ekfcq5Fn9k1YFJO1wxGlr0IjclhNavoOQuaOYM-RLQ4XOCpaaeXTO2VVGxVsUSitPIEMDKyzO4FTUda5hugRPPuGPzvq47qO1BWnfuArz0Zj_sLmwCt2QiCo4zKP9rn4qhTyK34j28/s1600/groundhogday.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhV3ekfcq5Fn9k1YFJO1wxGlr0IjclhNavoOQuaOYM-RLQ4XOCpaaeXTO2VVGxVsUSitPIEMDKyzO4FTUda5hugRPPuGPzvq47qO1BWnfuArz0Zj_sLmwCt2QiCo4zKP9rn4qhTyK34j28/s320/groundhogday.jpg" width="240" /></a><b>São inúmeras as virtudes de <i>O Feitiço do Tempo </i>(<i>Groundhog Day</i> na versão original), uma comédia imensamente
despretensiosa que se revela preciosa e intemporal nos pequenos detalhes. À
primeira vista, <i>O Feitiço do Tempo</i> poderá
passar despercebido e ser tomado por algo genérico construído à volta de um
elemento de fantasia curioso. Mas, se lhe for dado a devida atenção, levanta-se
sobre <i>O Feitiço do Tempo</i> um véu de
tendências corriqueiras reveladoras de uma realidade moralizante, cuidada e
sapiencial. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Em O Feitiço do Tempo, Phil Connors (Bill
Muray) é um egocêntrico meteorologista de um pequeno canal televisivo de Pittsburgh.
Phil encara com desdém a cobertura jornalística de um eventual anual na cidade
de Punxsutawney, na Pensilvânia, onde a tradição ordena que uma marmota preveja
o fim do Inverno. Relutante, Phil desloca-se para Punxsutawney com a sua nova
produtora, Rita (Andie MacDowell), e com o seu habitual cameraman, Larry (Chris
Elliott). Feita a reportagem, Phil procura regressar rapidamente a casa.
Todavia, uma tempestade de neve retém-no e à sua equipa em Punxsutawney. O que
Phil não conta, no entanto, é repetir o mesmíssimo dia incontáveis vezes. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>O Feitiço do Tempo</i>, não obstante a
rotação cómica e romântica, desdobra perante o espectador um espelho
tentativamente introspectivo. Será que cada um de nós procura ser o melhor de
si nas vastas acções e decisões do dia-a-dia, ou será que, como Phil, cedemos à
impaciência rotinizada? Será esta, de maneira aproximada, a questão que o
realizador Harold Ramis, em colaboração com o argumentista Danny Rubin,
pretende colocar à sua audiência com toda a justa pertinência. A jornada de
Phil ao longo das incontáveis repetições diárias (constam ter sido na ordem dos
10.000 anos) é um extraordinário turbilhão psicológico de euforias e
depressões, paixões e desilusões, que representam vicissitudes do dia-a-dia tão
próximas do espectador, intrinsecamente familiares às suas próprias vivências.
Phil vive num único dia, embora as quase ilimitadas repetições, o que cada um
de nós sente de forma empírica pela sua vida inteira. O feitiço, por assim
dizer, é o mesmo; depende de cada qual empregá-lo pelo mais certo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Inicialmente,
perante a possibilidade de omnipotência e impunidade, Phil deixa-se levar pelo
entusiasmo e pela actuação a bel-prazer, representando o auge do homem que já
se mostrava ser. Até que ponto pode alguém permanecer leviano e indiferente?
Com o tempo, Phil compreende que o vazio dentro de si não pode ser unicamente
preenchido pelo prazer momentâneo e, a certa altura, com o aproximar de Rita,
imperceptível por ela, Phil sente necessidade por algo mais, algo que o tempo,
entenda-se, o mesmo dia, não lhe permite ter. Nessa fase, Phil desce à
depressão e à completa frustração e contempla o fim da vida; mas o mesmo
feitiço que antes tão bem o libertara das suas responsabilidades prende-o agora
ao seu infortúnio. Eventualmente, no vazio de soluções, para moralização do
espectador, Phil resolve dedicar todo o seu infindável tempo numa metamorfose
social para um homem útil, humilde e honesto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A execução de
Harold Ramis por detrás da câmara é pragmática e regular, onde impera a
característica <i>feel-good</i> dos anos 90.
As actuações são identicamente ordinárias, sem destaques significativos. Aliás,
exceptuando uma inteligente montagem que ajuda a avançar e a dar sentido à
narrativa, toda a observância de <i>O Feitiço
do Tempo</i> é a de um filme trivial. Desengane-se quem assim considera. <i>O Feitiço do Tempo</i>, aos vinte anos, é um
clássico imperdível que engloba muito mais, e mais profundo, do que se lhe
possa outorgar. <o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: IMPERDÍVEL</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt0107048/">http://www.imdb.com/title/tt0107048/</a></div>
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Trailer:</div>
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<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com0